sexta-feira, 29 de abril de 2011

 *Escultura de Patrícia Pontes, em trabalho com o manuseio do papel machê

Fostes ao espelho?
Voltastes a mim mesmo?
Aparentemente não te vejo,
mas reconheço-te
em cada suspiro, arrepio, festejo
de minha pele sobre teu vulto peito.
Derramo-me de pensar no vivo espelho
que cresce às luas,
que vive às marés,
que prenha-me de luz,
que afaga as horas vagas,
desejando-me esperanças,

no entanto, é espelho que não quebra.
É luz que não apaga.
Ideia sem volta nutrida
entre os almejos de vida e os órfãos da vida

por Shannya Lacerda