segunda-feira, 17 de outubro de 2011

*Tela do pintor William Holman Hunt 
Nome da tela: O pastor galante de 1851
Disponível em: httppt.wikipedia.org.wiki.Pintura_do_romantismo.


"Se um dia você tiver de escolher entre o mundo e o amor, lembre-se: Se escolher o mundo ficará sem amor, mas se você escolher o amor, com ele conquistará o mundo."
Albert Einstein


"Não tenho tempo para mais nada, ser feliz me consome muito."
Clarice Lispector


"Tempo ou oportunidade não determinam a intimidade, apenas a disposição."
Jane Austen


"Nosso destino não está escrito nas estrelas, mas em nós mesmos."
William Shakespeare 

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

 Do rio de lágrimas
na vida
corri, juntei impressões
do soalho
corri, juntei-me à única
junção aconchegante
(pra sempre)
colo de mãe.

Shannya Lacerda
Natal, 26/08 de 2011.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

PRISÃO DE FOGO

Sob o amadeirado teto
guardo fotos, retratos do que foi,
tingindo inocências
espero por aquele que nunca foi
tão pouco veio,
contudo o vejo em peito aberto,
sangrando coragens,
supersticiando por medos.

Sob o amadeirado teto
não posso mover, pensar tão pouco;
como posso mover o fogo? ah já não há.
A parede prende muito meu peito
sufoca o dia do amanhecer,
deixa escura a vontade deixa claro a solidão
converte a vontade em sofre...
guidão, paredes de contato e tetos de solidão
escondidas no peito a sufragar a pequena coragem
de revelar-se em meio a tantos fogos.

Sobre o amadeirado teto
o único alento: o fogaréu luzidio das estrelas
a alumiar os destinos vadios e covardes dos homens
                                                          [sem coragem.

por Shannya Lacerda
Natal, 22/ 05 de 2011.

domingo, 15 de maio de 2011

Mulher

Das fronteiras, guardos os farrapos 
dos caminhos, guardo os amigos
da vida, guardo a leveza cruel de existir
em minha condição super-hominizada de ser


posso fazer tudo
mil e um planos
inventar arcos, pular cerco
estirar cabelo, beijar amor
posso fazer mil artes
que a nenhuma entregarei
a vontade de continuar
deslizando nas curvas
advinhando as vontades
que só o diário mais íntimo conhece
sou mulher, sou feminil tigre
sou força, luta, veneno
sou vida, carrego no peito o fado
sou mulher, sou feminil tigre
não como não me cantar alegrias
pois aonde vou, vou motivando
cantos, festejos e companhias
pois sou vida, mulher, feminil tigre.


Shannya Lacerda

Em toda mulher... o desejo íntimo de acarinhar a vida, embalá-la e encaminhá-la faz-se presente
pois há o que se pode chamar de vontade de viver, de tomar a vida em mãos
e fazer dela o presente nunca ausente.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Metempsicose



Da casa vento
– Moradias encasteladas –
Vejo movimento
– De todos os que lá nunca foram –
Refaço e desfaço
– As imagens e histórias caiadas –
Tudo o que não há contento
– Deixaram-se por lá em fagulhas –
Deixo também eu, etéreo movimento.


por Shannya Lacerda
Natal, 11/05 de 2011

sexta-feira, 29 de abril de 2011

 *Escultura de Patrícia Pontes, em trabalho com o manuseio do papel machê

Fostes ao espelho?
Voltastes a mim mesmo?
Aparentemente não te vejo,
mas reconheço-te
em cada suspiro, arrepio, festejo
de minha pele sobre teu vulto peito.
Derramo-me de pensar no vivo espelho
que cresce às luas,
que vive às marés,
que prenha-me de luz,
que afaga as horas vagas,
desejando-me esperanças,

no entanto, é espelho que não quebra.
É luz que não apaga.
Ideia sem volta nutrida
entre os almejos de vida e os órfãos da vida

por Shannya Lacerda

domingo, 20 de março de 2011


Literatura, música
Charme e beleza
Cortesias e gentilezas
Alfinetadas e avarezas,
Como pode o cantor
Com destreza cantar
A complexidade
Que acalenta o imaginário
Pensar humano
Cheio de rasuras, ranhuras,
Voltas e atropelos?

por Shannya Lacerda, em 20/03 de 2011.



*Tela de Lauri Blank, artista americana.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Rasga minha unha,
teu corpo inteiro.
Preciso acreditar
que a mancha rubra
no meu dedo
é a realidade tingindo 
a minha vida por inteiro.

..............................................................


A história se repete.
A vida continua.
Mas o que
no espelho se reflete
é a miséria
da alma nua.



Shannya Lacerda

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

*Tela do pintor espanhol José Royo

O que me fortalece é saber que a cada jornada
tenho teu hálito ruborizando e se refestelando
no meu corpo, em minha pele. 
E isso guardo como cicatriz 
por debaixo de minhas frágeis vestes.


Shannya Lacerda

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Saudade é nome que não cabe em letras, 
as letras transbordam e o sentimento esvai-se pelas mãos. 
Saudade é sempre presente quando o que se há 
é boa recordação e esta será sempre presente 
pelo tempo vivido e pelo tempo que virá.

*Do pintor espanhol José Royo

Saudade é um longe tão perto que chega a ser irônico, 
mas é na ironia, nessa ironia que vemos o que nos é somado ao coração.


por Shannya Lacerda

sábado, 5 de fevereiro de 2011

À balzaquiana
senhora, dona de si.
Escolhe com sabedoria e desvelos,
com visão mais aguçada,
não atirando contra si
algozes outros, que ficaram
no passado e que não voltarão
para lhe afligir.

A balzaquiana senhora
tem sorriso doce em feições graves,
tem olhar singelo em olhos vermelhos,
tem amenidade na acidez dos dias.
Pois sabe que e por tudo o que passou
seu talhe e tez é de bambu
– verga, mas não tolhe,
a menos que tolhida, a última ceiva.

A balzaquiana senhora
sabe que os dias e a idade
só serviram para lhe deixar
mais sensata e dona de si.

05/02 de 2011

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011


Hoje guardei minha vida na página do livro que esvaziei. Contei-lhe tudo. Contratei minha vida a seu simulacro de vida. Expurguei-me de minha fortuna e me entreguei sem reservas ao que o espírito me impelia. Passiei pelas linhas construídas, inventando músicas e histórias para minha entrega e abandono às folhas esbranquiçadas, carcomidas e/ ou manchadas ora de lascívia, ora de introspecção, seja como for me dei aos meus e os meus a mim se dão, num atavio perfeito de entrega sem discurso e sem permissão.
Confiei à ela tudo pelo qual já passei e pelo o que um dia revisitei nos sonhos, nos olhares, nos gestos cálidos do amigo próximo: o livro que dantes folheei.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Açoite em azeite maquilado




Metamorfose de gritos em perfumes
Transformações de seio ressentido em madrepérolas
Orgulho combatido amainado por delicadezas substanciais
Obstruções das vermelhas aquarelas em verdes esperanças
Riscando o céu dos sonhos mortos, esquecidos pela vontade
de se fazerem esquecer, adormecer – vontade vencida, sorriso nas estátuas.








por Shannya Lacerda

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

* Maré baixa - praia de Villeria de Paul Michel Dupuy


Da brisa solar,
que povoa as vagas mentes,
coro as pálidas faces,
vivo as doçuras e as artes
e deixo me levar pelas facetas
que a brisa impregna no
aromas de nossas vidas.


por Shannya Lacerda

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011





Ao escrever liberamos o mundo
deixando extravazar até as desventuras
sofridas neste miserável e vil mundo.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Desejo dos Sonhos




O ondear da chuva precipita
o vento que ecoa no mar
insensato dos sonhos,
onde posso te amar
sem medo ou preceitos,
onde posso te ter nua
e ter-te desvelos
prosaicos, carnais e burlescos.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Romance


Inexistente?
Ou é como o punho a adentrar nossas entranhas
Quando o parceiro do sentimento sente zanga.

"Bem aventurados são aqueles que escondem suas vidas 
sobre nenhuma seda. Mas aos que normais 
se denominam dou à vocês a seda. A seda para que mesmo em sua 
ausência possam se sentir seguros de si, abandonando-se 
às sensações e aos momentos de divina querência!"