Sob o amadeirado teto
guardo fotos, retratos do que foi,
tingindo inocências
espero por aquele que nunca foi
tão pouco veio,
contudo o vejo em peito aberto,
sangrando coragens,
supersticiando por medos.
Sob o amadeirado teto
não posso mover, pensar tão pouco;
como posso mover o fogo? ah já não há.
A parede prende muito meu peito
sufoca o dia do amanhecer,
deixa escura a vontade deixa claro a solidão
converte a vontade em sofre...
guidão, paredes de contato e tetos de solidão
escondidas no peito a sufragar a pequena coragem
de revelar-se em meio a tantos fogos.
Sobre o amadeirado teto
o único alento: o fogaréu luzidio das estrelas
a alumiar os destinos vadios e covardes dos homens
[sem coragem.
por Shannya Lacerda
Natal, 22/ 05 de 2011.